E2022 - ENEM I CACB
Neste tópico, estudaremos sobre Outros Sistemas Empresariais.
A promoção da cultura associativa tem sido considerada como um dos elementos essenciais à criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento da atividade empresarial, especialmente para os pequenos negócios, que, diante do isolamento, dificilmente conseguem defender seus interesses perante governos, fornecedores, concorrentes e outros atores relevantes na promoção da competitividade.
A propósito disso, a capacidade de as pessoas trabalharem em cooperação visando a objetivos comuns em grupos e organizações é definida como capital social. São os elos formados dentro da sociedade, que unem os seus membros em torno de objetivos comuns, que se baseiam na teoria do capital social.
A prática associativa, sem fins lucrativos, consiste em pessoas que voluntariamente se organizam com o objetivo de atender necessidades coletivas e alcançar propósitos comuns, por meio da cooperação. Assim essas organizações tem o poder de criar e fortalecer os laços de cooperação, reunir esforços para defender interesses, melhorar a qualidade de vida e participar do desenvolvimento do seu território.
Segundo Balestrin, Verschoore & Antunes (2010), citados por CNI (2013), é possível perceber a diversidade de benefícios do associativismo entre as empresas, sobretudo para os pequenos negócios, como, por exemplo:
Aumento da capacidade de ação das empresas perante diversos problemas, por meio da união de esforços conjuntos; |
Conquista de economias de escala e ganhos relativos ao poder de mercado, ou seja, maior poder de negociação junto de fornecedores e de clientes; |
Criação e disponibilização de soluções coletivas, como por exemplo, serviços de garantia de crédito, desenvolvimento de produtos e sistemas de informação; |
Criação de um ambiente com condições mais favoráveis à cultura da inovação, facilitando a interação e a parceria com diversas instituições, tais como: governo, centros de tecnologia e universidades. |
Para que você possa entender melhor os sistemas associativos é importante conhecer os princípios que regem tais organizações:
Um dos aspectos diferenciais do movimento associativo refere-se ao fato das de as pessoas se unirem de forma espontânea em torno de uma agremiação. Essa participação voluntária confere às ACE legitimidade e representatividade, pois o processo de filiação não é de natureza compulsória ou obrigatória.
Esse princípio se configura como um elemento de credibilidade para as ACE, bem como representa um grande desafio para seus gestores, pois visa criar um clima organizacional e uma forma de atuação que assegure bem-estar a todos os públicos que a ACE representa e com os quais se relaciona em seu cotidiano. A percepção de acolhimento deve se estender a todo o quadro social da entidade: do empresário de micro e pequena empresa aos executivos de grandes corporações, bem como em relação aos jovens empresários, empreendedores, cidadãos e à comunidade em geral.
Historicamente, as associações empresariais referendam um dos modelos mais representativos e democráticos de organização empresarial e social, conforme enumerações apresentadas a seguir.
O modelo de livre adesão numa entidade de representação empresarial pressupõe estabelecer mecanismos de custeio e financiamento da entidade por meio de contribuições voluntárias, embora possa haver a prática de mensalidades distintas para diferentes categorias de associados, bem como outros mecanismos de geração de receitas. Usualmente, a adoção de mensalidades diferenciadas numa associação de representação empresarial é bem aceita pelos sócios e pode ser pautada pelo porte do estabelecimento ou pelo seu segmento econômico.
A edificação de uma entidade independente e autônoma em suas ações e projetos tem como pilares alguns dos elementos como os descritos a seguir.
Para que a ACE alcance uma posição de independência política e financeira é essencial que algumas posturas sejam adotadas, entre as quais:
- Atitude apartidária |
- Criação de fontes de financiamento e custeio |
1 | Participação da comunidade empresarial na entidade (nº de associados) |
---|---|
2 | Motivação dos empresários para se associarem à entidade |
3 | Adimplência dos associados a mensalidades |
4 | Participação dos associados no dia a dia da entidade |
De forma complementar, a representatividade de uma associação empresarial pode ser evidenciada por:
Número de associados versus o número de empresas do setor na região de abrangência da ACE. |
Massa salarial e número de empregos gerados pelas empresas associadas. |
Produto Interno Bruto (PIB) relacionado às empresas associadas. |
Abrangência do quadro de associados em relação às vocações econômicas locais e diferentes segmentos organizados no município. |
Participação da entidade em conselhos e órgãos de representação empresarial. |
Capacidade de formulação e articulação de projetos, Programas e políticas de interesse empresarial. |
É desejável que a ACE reúna em seu quadro social e em sua diretoria representantes dos mais variados segmentos econômicos do território em que se situa. Essa atitude tende a ampliar os horizontes de atuação da entidade, bem como seu reconhecimento social, capacidade de mobilização e articulação institucional.
Segmentos em ascensão ou cujo número de empresas na localidade sejam significativos devem ser contemplados, numa demonstração de dinamismo e visão estratégica acerca da percepção de que uma entidade é tão influente em seu território quanto maior for seu nível de representatividade.
No exercício do apoio à criação do ambiente apropriado ao desenvolvimento local, é natural que a ACE assuma um papel de articulação institucional e de controle social dos poderes constituídos, acerca do qual devem ser citados os seguintes aspectos:
Fundamentação técnica e isenção na proposição de pautas de reivindicação |
Identificação de temas de interesse empresarial |
Criação e ou utilização de canais de interlocução com os poderes constituídos |
Criação de mecanismos de manifestação e de mobilização empresarial |
De forma geral, a importância do associativismo é reconhecida por toda sociedade, mas infelizmente a formação para o associativismo não faz parte das grades curriculares das escolas ou das universidades nem das estratégias habituais de capacitação adotadas pelas ACE que integram o Sistema CACB.
Um reflexo disso é que no Brasil há um grande número de associações de representação empresarial, mas com um pequeno número de pessoas devidamente preparadas para atuar nessas entidades. Por isso, as ACE, suas Federações e a CACB precisam assumir um relevante papel na preparação de empresários para o associativismo empresarial.
A formação de novas lideranças e o desenvolvimento de aptidões associativas é de fundamental importância para a melhoria contínua do Sistema CACB e para a sedimentação dessa cultura, que pode ganhar forma de modo espontâneo, mas que em geral, não prescinde de formações e mecanismos específicos de atuação e consolidação.
A maioria dos desligamentos voluntários não ocorre por falta de condições financeiras do associado para o pagamento de mensalidades, mas pela insatisfação do empresário com a atuação da entidade.
Além disso, o esforço para manter o sócio no quadro social não pode se restringir aos funcionários da ACE, para isso a diretoria da entidade deve se envolver. O êxito de uma entidade de representação empresarial no cumprimento de sua missão institucional pressupõe reunir e organizar diferentes segmentos empresariais, valorizar as vocações econômicas locais e a atividade empreendedora, tanto em torno de ações técnicas e de mobilização empresarial como em relação a ações de congraçamento, premiação e confraternização.
Muitas vezes, os ritos vinculados ao dia a dia da ACE levam a uma percepção de sisudez e formalismo que atuam de forma pouco convidativa ao ingresso de novas lideranças e associados na entidade. Unir-se para a defesa de interesses políticos e econômicos não é excludente de se criar na entidade um referencial de bem-estar, entretenimento e diversão. Por isso, a construção de uma cultura associativa representa conceber uma equação balanceada entre ações técnicas, festividades, mobilizações, manifestações, premiações e ações de cooperação para a promoção da competitividade empresarial.
Os Núcleos podem ser indutores do planejamento estratégico relativo a certos segmentos econômicos no município, bem como da proposição de políticas de interesse empresarial. Esse status confere ao modelo associativo a ocupação de um novo patamar de relevância, pois o próprio modelo de desenvolvimento do município pode ser orientado pela organização empresarial em Núcleos e não o oposto, em que os Núcleos são formados e procuram encontrar espaço nas políticas de desenvolvimento em curso.
Isso reforça a importância da ACE apresentar a lógica de intervenção e os resultados usuais do projeto para a adoção, pelos poderes constituídos e por outros atores sociais, da formação de Núcleos Setoriais como política de desenvolvimento empresarial.
O fato da ACE reunir expressivo número de associados e relativa capacidade de influência deve ser utilizado no estreitamento do relacionamento e na promoção de negócios entre associados. Algumas das possibilidades de negócios a serem fomentados entre integrantes do quadro social da entidade são descritas a seguir:
Realização de eventos de divulgação de produtos e serviços.
Promoção de feiras e eventos abertos à comunidade.
Criação de redes de descontos.
Embora uma associação empresarial atenda prevalentemente aos interesses de seus associados, um uma importante componente de sua atuação em relação ao público externo é a atuação em prol da comunidade. Esse princípio pode ser traduzido por iniciativas, tais como:
- Implementação de projetos e serviços de interesse comunitário
- Voluntariado epresarial
- Realização de campanhas beneficentes
Para que uma ACE exerça um papel de influência institucional em relação aos seguimentos que representa, é essencial que a sociedade tenha percepção social de que o associativismo traz relevantes contribuições ao desenvolvimento local, por meio de ações diversas, como por exemplo:
Evento sobre associativismo
ACE TEEN (filhos de associados da entidade, com faixa etária compreendida entre 12 e 18 anos e eventualmente jovens empreendedores)
Apoio a outras associações e Federações
Dia ou semana do associativismo
Ações itinerantes